#MinhaEscolhaFazADiferença é o mote da campanha nacional do Maio Amarelo neste ano. Em São Paulo, por exemplo, é possível ver adesivos, cartazes e laços amarelos por toda a cidade, especialmente em ônibus, táxis e lojas. O movimento segue o sucesso de ações como Outubro Rosa e Novembro Azul, campanhas relacionadas ao combate de doenças como câncer de mama e de próstata, respectivamente.
No entanto, o movimento do Maio Amarelo é relativamente recente e fruto de campanhas de conscientização realizadas em 2011 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Naquele ano, a ONU divulgou dados preocupantes sobre o número de mortes causadas por acidentes de trânsito no mundo todo. Ao redor do planeta, 3 mil pessoas morrem diariamente por conta de acidentes provocados ao volante ou com motocicletas. No Brasil, são 12 mortes por trânsito por minuto que totalizaram 43.670 mortes em 2014.
E é aí que a escolha faz toda a diferença, garante Mauro Batista, presidente da Sindseg SP (Sindicato de Seguradoras e Previdência). “A educação e a conscientização da população é a nossa principal arma para diminuir estes números tão alarmantes. A sociedade precisa entender que não existem acidentes e sim escolhas. Escolhemos beber e dirigir, falar ao celular no volante, passar em um semáforo vermelho ou ultrapassar o limite de velocidade. São estas atitudes imprudentes que tornam o Brasil um dos recordistas mundiais de acidentes de trânsito”, afirma.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os países em desenvolvimento são os mais fortemente afetados pelas estatísticas de mortalidade no trânsito. Isso se deve à falta de planejamento urbano, baixa formação educacional para o trânsito e altos limites de velocidade estipulados pelo poder público.
O Brasil está entre os cinco países que apresentam os maiores índices de mortalidade no trânsito, perdendo para China, Estados Unidos, Rússia e Índia. Para continuar caindo neste ranking macabro, é preciso investir em educação, em campanhas de conscientização do uso do cinto de segurança, da cadeirinha infantil e políticas que coibam e penalizem o consumo de bebidas alcoólicas ao volante.
O movimento Maio Amarelo calcula que mais de 28 mil escolas de educação básica ou 1.800 hospitais públicos poderiam ser construídos com os R$56 bilhões que são movimentados com acidentes causados no trânsito no Brasil. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), nos últimos cinco anos, o país gastou mais de 250 milhões de reais com as mortes e acidentes ocorridos no trânsito, entre cuidados hospitalares e indenizações.
O Centro Ortopédico Ipiranga do Rio de Janeiro foi direto ao ponto e publicou um vídeo que sensibilizou mais de 9 milhões de pessoas. Nele, a campanha “Dirija Sem Desculpas” faz um apelo aos espectadores: parem com as desculpas e estejam atentos ao trânsito. A história de Guilherme Loverbeck demonstra a importância de seguir a legislação de trânsito e de estar presente – plenamente atento a si e aos outros – no trânsito.
Em 2015, Guilherme saiu mais cedo do trabalho para escapar do horário de rodízio e horário de pico, mas acabou sofrendo um acidente na saída do túnel Ayrton Senna. Com o trânsito parado, em alguns minutos Guilherme pegou no sono e provocou um engavetamento envolvendo três carros e duas crianças. Hoje Loverbeck utiliza transporte público e caronas para se locomover até o trabalho, pois assim se sente mais seguro. Além de ganhar tempo para fazer coisas prazerosas como ler e ouvir música, a mudança de postura de Guilherme indica que a busca pela qualidade de vida pode ser um bem individual e coletivo, à medida que proporciona mais segurança para pedestres e outros motoristas da cidade.
Por isso dirija sem desculpas, porque assim como Guilherme, você também pode fazer a diferença no trânsito!
Uma resposta
Não podemos abrir mão da segurança. Sem duvida precisamos de mais conscientização da população, mas também mais investimentos em sistemas de freios de emergência, câmeras traseiras e sistemas de auxílio à direção vindos de fabrica em todos os carros.
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